Decisão
se baseou no Supremo Tribunal Federal. Azeredo foi preso após condenação em
segunda instância no TJMG no processo do mensalão tucano.
Por Thais Pimentel e Naiana Andrade, G1
Minas e TV Globo — Belo Horizonte

Eduardo Azeredo (de camisa amarela) sai da prisão após decisão judicial. — Foto: Reprodução/TV Globo
O ex-governador de Minas Eduardo Azeredo, preso
desde maio do ano passado, foi solto no início da noite desta
sexta-feira (8). O Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) concedeu nesta
tarde o alvará de soltura. A decisão se baseou no Supremo
Tribunal Federal (STF) que derrubou nesta quinta-feira (7)
a possibilidade de prisão de condenados em segunda instância, alterando um
entendimento adotado desde 2016.
Azeredo foi preso após condenação em segunda instância no
TJMG no processo do mensalão tucano em Minas.
A maioria dos ministros do Supremo entendeu que, segundo
a Constituição, ninguém pode ser considerado culpado até o trânsito em julgado
(fase em que não cabe mais recurso) e que a execução provisória da pena fere o
princípio da presunção de inocência.

Ex-governador
de Minas Gerais Eduardo Azeredo (PSDB) quando foi preso no ano passado. — Foto:
Maurício Vieira/Hoje em Dia/Estadão Conteúdo
Em sua decisão, o juiz Marcelo Augusto Lucas Pereira
disse que "a execução da pena, como dito, é provisória. Ademais, durante
toda a marcha processual, o seu direito à liberdade foi resguardado. Nesse
contexto, a espécie encaixa-se perfeitamente aos limites do julgado pelo
STF".
Azeredo
foi condenado em segunda instância a 20 anos e um mês de prisão pelos
crimes de peculato e lavagem de dinheiro, em agosto de 2017. A condenação em
primeira instância foi em 2015.
Ele estava detido na sede do 1º Batalhão do Corpo de
Bombeiros, localizado no bairro Funcionários, na Região Centro-Sul de Belo
Horizonte.
Em maio deste ano, depois de um ano preso, Azeredo foi
desfiliado do PSDB. De acordo com o Tribunal Regional Eleitoral de Minas Gerais
(TRE-MG), a desfiliação foi pedida pelo próprio ex-governador. Segundo a
Justiça eleitoral, ele fez parte do partido por mais de 30 anos (entre 1988 e
2019).
Decisão do STF
A possibilidade de prisão de condenados
em segunda instância foi derrubada por 6 votos a 5. O voto de desempate foi
dado pelo presidente do tribunal, ministro Dias Toffoli, o último a se
manifestar.
A aplicação da decisão não é automática para os processos
nas demais instâncias do Judiciário. Caberá a cada juiz analisar, caso a caso,
a situação processual dos presos que poderão ser beneficiados com a soltura. Se
houver entendimento de que o preso é perigoso, por exemplo, ele pode ter a
prisão preventiva decretada.
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